ENXERGAVA TUDO PRETO, PONTILHADO COMO SE TIVESSE CAIDO EM UM APARELHO FORA DO AR, CHAPISCADO CALEIDOSCÓPIO NEGRO DE VERÃO. SENTADA NO BARCO CONTINUEI IMÓVEL DE CORPO, POR QUE A MENTE TINHA A VORAZ ÂNSIA DE ESCREVER QUALQUER COISA, QUALQUER LINHA ABSURDA, DESNUDA, AGUDA , FELPUDA, CASACUDA, LÍRICA, TESUDA, CARNUDA, DUVIDOSA, ASQUEROSA, SEI LÁ...

sexta-feira, 15 de junho de 2012

preâmbulos dialógicos caminhantes rua-ante-rua

No Portão

Bom dia Dona Filhinha.
Dia.
Passeando?
Lutando contra o reumatismo.
Bom... E Seu Nilo?
O homem só dorme, não levanta nem pra cuspir...
Ah, então é bom de cama.
Hoje num chove não. 

No Saara

Ô Moço, é tu?
Sou.
Quanto é o óculos?
R$20
É de homem?
Também pode ser.
Ah não! Quero um só de homem.
Tem esse aqui, lente hi-tech, da moda, do estrangeiro...
É?
Ô! ó a carcaça.
Tá.
O carinha vai..
Meu pai, ele tem rosto largo. Coloca ai pra mim ver. 
Ele é paraíba?
Não é gordinho mesmo... Só tenho dez.
Pó leva.


Brumas Machadianas

Bom dia.
Bom dia.
Tem Machado de Assis?
Claro!
De conto?
Qual o nome?
Poliana e Evandro...
Tem não.Vou ver no google... Aonde viram esse livro?
O professor pediu, é trabalho.
Estranho.... Vera, Vera, conhece Poliana e Evandro do Machado de Assis?
Nunca ouvi falar.
Nem eu, mas a escola deles pediu.
Vixi.
Tem outro Machado, ou outro Assis que escreve conto?
Não! O professor sempre fala desse Machado de Assis, é ele mesmo, Evandro!
Você é Evandro?
Haham.
Poliana?...
Vem cá. Aqui ficam os livros do Machado de Assis, vê ai o que vocês querem.  

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